Dubai Telegraph - Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia?

EUR -
AED 4.319214
AFN 77.799029
ALL 96.523646
AMD 448.842461
ANG 2.105688
AOA 1078.481367
ARS 1691.514836
AUD 1.772953
AWG 2.119915
AZN 2.00288
BAM 1.957293
BBD 2.368107
BDT 143.689633
BGN 1.956561
BHD 0.443356
BIF 3473.235269
BMD 1.176097
BND 1.51585
BOB 8.154222
BRL 6.383854
BSD 1.175797
BTN 106.651977
BWP 15.528848
BYN 3.438524
BYR 23051.508013
BZD 2.364704
CAD 1.619863
CDF 2646.219254
CHF 0.93565
CLF 0.027369
CLP 1073.527932
CNY 8.288252
CNH 8.27635
COP 4490.339673
CRC 588.14875
CUC 1.176097
CUP 31.16658
CVE 110.349195
CZK 24.335395
DJF 209.379754
DKK 7.470864
DOP 74.686985
DZD 152.502174
EGP 55.782766
ERN 17.64146
ETB 183.000527
FJD 2.710022
FKP 0.879009
GBP 0.875863
GEL 3.169611
GGP 0.879009
GHS 13.521317
GIP 0.879009
GMD 86.448195
GNF 10224.757894
GTQ 9.006872
GYD 245.987686
HKD 9.148855
HNL 30.97063
HRK 7.536317
HTG 154.056889
HUF 384.687917
IDR 19602.014492
ILS 3.786928
IMP 0.879009
INR 106.92001
IQD 1540.281764
IRR 49525.45964
ISK 148.000426
JEP 0.879009
JMD 187.903368
JOD 0.833856
JPY 182.114562
KES 151.657567
KGS 102.850176
KHR 4704.569527
KMF 493.960824
KPW 1058.487907
KRW 1732.827118
KWD 0.360579
KYD 0.979852
KZT 606.445288
LAK 25478.439731
LBP 105310.206806
LKR 363.55739
LRD 207.554833
LSL 19.727452
LTL 3.472709
LVL 0.71141
LYD 6.373863
MAD 10.792434
MDL 19.847143
MGA 5240.998817
MKD 61.579942
MMK 2469.529268
MNT 4171.43145
MOP 9.425432
MRU 46.771686
MUR 54.006679
MVR 18.102881
MWK 2038.855621
MXN 21.114944
MYR 4.804948
MZN 75.148017
NAD 19.727536
NGN 1708.411073
NIO 43.272833
NOK 11.981104
NPR 170.621182
NZD 2.034231
OMR 0.452213
PAB 1.175797
PEN 3.959438
PGK 4.996791
PHP 68.829952
PKR 329.513615
PLN 4.220784
PYG 7897.025332
QAR 4.28527
RON 5.094503
RSD 117.408617
RUB 93.384889
RWF 1711.906163
SAR 4.411565
SBD 9.597007
SCR 15.888991
SDG 707.418576
SEK 10.946826
SGD 1.516583
SHP 0.882378
SLE 28.28482
SLL 24662.17764
SOS 670.811821
SRD 45.408987
STD 24342.840564
STN 24.518603
SVC 10.287893
SYP 13005.838403
SZL 19.731055
THB 37.058717
TJS 10.812729
TMT 4.116341
TND 3.438624
TOP 2.831761
TRY 50.236407
TTD 7.980089
TWD 36.962975
TZS 2904.9602
UAH 49.698619
UGX 4188.195541
USD 1.176097
UYU 46.081036
UZS 14224.913907
VES 314.53518
VND 30984.284622
VUV 142.850922
WST 3.268742
XAF 656.457869
XAG 0.018673
XAU 0.000275
XCD 3.178462
XCG 2.119026
XDR 0.816423
XOF 656.457869
XPF 119.331742
YER 280.440092
ZAR 19.739739
ZMK 10586.283589
ZMW 27.24879
ZWL 378.702866
Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia?
Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia? / foto: Luis ROBAYO - AFP

Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia?

Até o ano passado, Laura conseguia poupar e, como todo argentino, economizava em dólares para enfrentar a alta inflação. Mas desde que o presidente ultraliberal Javier Milei assumiu, suas economias minguaram. Em uma economia em recessão, o peso se valoriza, embora ninguém comemore.

Tamanho do texto:

"Sempre poupei em dólares, porque, na Argentina, é o único seguro. Antes comprava até 200 por mês. Desde dezembro, estou vendendo a 300 e não consigo me sustentar", disse à AFP Laura Gil, bancária de 49 anos e mãe de duas crianças em idade escolar.

O apetite pelo dólar na Argentina como refúgio contra a inflação diminuiu no governo de Milei, mas o que de longe parece animador, de perto revela recessão, queda das importações e liquidações de receitas.

As restrições à compra de divisas impostas em 2018 para desincentivar a demanda por dólares fizeram surgir várias taxas de câmbio, do ilegal 'blue' até o que é operado na bolsa.

Nos últimos meses, todos eles despencaram para reduzir a diferença em relação à taxa de câmbio oficial para menos de 20%, uma diferença que havia chegado a 100% em outubro do ano passado.

- O que aconteceu? -

Após assumir a Presidência em 10 de dezembro, Milei desvalorizou o peso em mais de 50% e, desde então, as depreciações são mensais a um ritmo de 2%.

"A desvalorização tornou essa taxa de câmbio muito conveniente para todos os exportadores, por isso estão liquidando suas divisas", ampliando a oferta de dólares no mercado, explicou à AFP o economista independente Pablo Tigani.

Mas os preços sentiram o golpe da desvalorização, a inflação disparou ainda mais e aniquilou o poder de compra - e de poupança - dos argentinos.

"Os que tinham dólares guardados estão queimando (gastando) para pagar as contas. Ninguém tem um peso", resume um 'arbolito' (pessoa que vende dólar nas ruas) na já não tão movimentada 'City' portenha.

Com uma inflação de 254% interanual e aumentos de aluguéis, transporte, energia, saúde e educação, a castigada classe média tem que vender os dólares que guarda debaixo do colchão.

Tigani disse que "se iniciou nos últimos meses uma inflação em dólares: a gente ganha em pesos e os preços aumentam em dólares".

Mas as restrições da classe média, histórica compradora de dólares, são apenas parte da explicação da queda na demanda pela moeda.

As importações também caíram 13,4% (internaual) em janeiro, sobretudo em bens de capital que alimentam a indústria, o que significou menor uma demanda por dólares para pagar itens vindos do exterior.

Também influi para uma maior oferta de divisas um fator sazonal que é o início da liquidação de exportações agrárias, com seu auge em abril e maio.

Nesse contexto, o Banco Central conseguiu recompor a diminuta reserva monetária internacional do país e elevá-la ao seu nível mais alto nos últimos seis meses.

- "Sintoma da crise" -

"A Argentina está em recessão há 14 meses, mas os últimos quatro foram os mais intensos. O aumento de preços foi muito forte e o consumo desabou", explicou à AFP o economista independente Federico Glustein.

A inflação foi de 20,6% em janeiro e analistas privados a estimam em 18% em fevereiro, um dado que será divulgado na semana que vem.

"A inflação está desacelerando, mas ainda segue muito alta", acrescentou Glustein, ao alertar que "falta fazer ajustes econômicos, com mais aumentos de tarifas, o que poderia fazê-la subir de novo".

A recessão afetou o consumo, mas também a indústria e por isso reduziu a demanda energética. Isso repercute na disponibilidade de divisas em um país que importa parte da energia que suas fábricas consomem.

Somente no setor de PMEs (pequenas e médias empresas), a queda da atividade industrial em janeiro foi de 30% interanual, segundo a Confederação Argentina da Média Empresa.

"A Argentina está importando menos energia, portanto gastam menos reservas e o Banco Central se permite comprar o excedente", apontou Glustein, que interpreta a queda na demanda por dólares como "um sintoma da crise".

A.Murugan--DT