Dubai Telegraph - Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia

EUR -
AED 4.315163
AFN 77.725895
ALL 96.43291
AMD 448.42053
ANG 2.103709
AOA 1077.467594
ARS 1690.01099
AUD 1.769939
AWG 2.117923
AZN 1.999871
BAM 1.955453
BBD 2.365881
BDT 143.554559
BGN 1.95541
BHD 0.442997
BIF 3469.97028
BMD 1.174992
BND 1.514425
BOB 8.146556
BRL 6.363054
BSD 1.174692
BTN 106.551719
BWP 15.514251
BYN 3.435291
BYR 23029.838609
BZD 2.362481
CAD 1.618663
CDF 2643.73129
CHF 0.935882
CLF 0.027386
CLP 1074.329983
CNY 8.280461
CNH 8.26857
COP 4486.118562
CRC 587.595865
CUC 1.174992
CUP 31.137282
CVE 110.245462
CZK 24.315047
DJF 209.182928
DKK 7.470568
DOP 74.616776
DZD 152.31646
EGP 55.708242
ERN 17.624876
ETB 182.828499
FJD 2.707475
FKP 0.878183
GBP 0.877084
GEL 3.166581
GGP 0.878183
GHS 13.508606
GIP 0.878183
GMD 86.365323
GNF 10215.146184
GTQ 8.998405
GYD 245.756447
HKD 9.139621
HNL 30.941516
HRK 7.528524
HTG 153.912068
HUF 384.761044
IDR 19600.80139
ILS 3.778544
IMP 0.878183
INR 106.933475
IQD 1538.833833
IRR 49478.903312
ISK 148.201658
JEP 0.878183
JMD 187.726731
JOD 0.833039
JPY 181.960993
KES 151.459077
KGS 102.753241
KHR 4700.14703
KMF 493.496263
KPW 1057.492883
KRW 1734.264361
KWD 0.360251
KYD 0.978931
KZT 605.875204
LAK 25454.488908
LBP 105211.210708
LKR 363.21563
LRD 207.359723
LSL 19.708907
LTL 3.469446
LVL 0.710742
LYD 6.367871
MAD 10.782289
MDL 19.828486
MGA 5236.072054
MKD 61.51478
MMK 2467.207805
MNT 4167.510126
MOP 9.416571
MRU 46.727719
MUR 53.956056
MVR 18.095668
MWK 2036.93901
MXN 21.110492
MYR 4.802778
MZN 75.081179
NAD 19.708991
NGN 1705.817812
NIO 43.232154
NOK 11.95493
NPR 170.460791
NZD 2.030521
OMR 0.451765
PAB 1.174692
PEN 3.955716
PGK 4.992094
PHP 68.957889
PKR 329.203858
PLN 4.222862
PYG 7889.60179
QAR 4.281241
RON 5.09112
RSD 117.375801
RUB 93.235182
RWF 1710.296898
SAR 4.408618
SBD 9.587985
SCR 15.872309
SDG 706.758342
SEK 10.930608
SGD 1.515828
SHP 0.881548
SLE 28.258416
SLL 24638.994138
SOS 670.181229
SRD 45.366098
STD 24319.957253
STN 24.495555
SVC 10.278222
SYP 12993.612358
SZL 19.712507
THB 37.023673
TJS 10.802565
TMT 4.112471
TND 3.435391
TOP 2.829099
TRY 50.189184
TTD 7.972587
TWD 36.962298
TZS 2902.229785
UAH 49.651901
UGX 4184.258458
USD 1.174992
UYU 46.037718
UZS 14211.541879
VES 314.239504
VND 30951.633094
VUV 142.716636
WST 3.26567
XAF 655.840771
XAG 0.018612
XAU 0.000274
XCD 3.175474
XCG 2.117034
XDR 0.815655
XOF 655.840771
XPF 119.331742
YER 280.17686
ZAR 19.744917
ZMK 10576.339012
ZMW 27.223175
ZWL 378.346869
Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia
Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia / foto: Aizar RALDES - AFP

Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia

Um violento assalto em frente a sua casa há três anos transformou Lidia Mayta, uma indígena aymara, em treinadora de defesa pessoal com técnicas de taekwondo para mulheres na cidade de El Alto, na Bolívia.

Tamanho do texto:

Os agressores que tentaram roubá-la chegaram a colocar uma corda em seu pescoço, mas foram afastados pelos seus vizinhos. "Eu não sabia como me defender, agora tento fazer com que outras mulheres percam esse medo", diz Mayta à AFP.

Lidia, uma líder indígena de 56 anos, secretária de saúde de sua comunidade em Puerto Chaguaya, na fronteira com o Peru, comanda uma pequena loja de produtos básicos em sua atual casa em El Alto.

Ela participou inicialmente dos cursos do "Warmi Power" ("warmi" significa mulher em aymara), um empreendimento que ensina taekwondo para mulheres se defenderem da violência, do qual logo se tornou monitora.

A Bolívia registra quatro homicídios para cada cem mil habitantes, de acordo com o Observatório de Segurança Cidadã do Estado.

"Não somos o país mais perigoso da região, mas somos sim um país violento contra as mulheres", afirma a integrante da organização feminista Coordinadora de la Mujer, Lucía Vargas.

Oito em cada dez mulheres, meninas e adolescentes na Bolívia sofreram algum tipo de violência pelo menos uma vez em suas vidas, de acordo com dados do governo.

Mais de 51.000 mulheres denunciaram algum tipo de violência em 2023, sendo 39.000 relacionadas aos seus parceiros ou esposos como agressores.

- Faixa preta contra o machismo -

Lidia Mayta garante que o Warmi Power a faz se sentir "líder, ativista e com força para passar os aprendizados para outras mulheres".

O projeto Warmi Power, das professoras bolivianas de taekwondo Laura Roca, que também é psicóloga, e Kimberly Nosa, ambas faixas pretas, foi lançado em 2015.

Há três anos, Mayta foi convidada a fazer parte da equipe para facilitar a comunicação com as mulheres que falam aymara.

Em sessões que utilizam elementos da terapia em grupo, mulheres aprendem a arte marcial. São realizadas eventuais aulas específicas para indígenas, muitas delas migrantes que, além da violência de gênero, enfrentam a xenofobia ao chegar à cidade.

"A violência não se resolve com violência, mas aprender a se defender pode salvar nossas vidas", afirma Kimberly.

Roca e Nosa já capacitaram mais de 35.000 mulheres em diferentes partes da Bolívia.

- Chutes de saia -

Vestidas com suas típicas polleras - saias volumosas -, mantas de lã, chapéus bombin e duas tranças como penteado, as mulheres começam pelo aquecimento.

Muitas nunca deram um golpe em suas vidas, e a timidez toma conta de seus primeiros movimentos. As participantes aprendem a dar chutes, a gritar e a identificar os pontos fracos no corpo do agressor.

O grupo de mulheres indígenas do Warmi Power é composto por comerciantes que sustentam suas famílias com a venda de mantimentos, roupas, comida e outros suprimentos.

Marcelina Quispe, de 45 anos, vende queijos em uma área comercial da cidade altiplânica. A história de violência doméstica de uma amiga a levou a se inscrever nas aulas do Warmi Power.

As organizações feministas na Bolívia apontam que a violência se tornou normalizada.

"Há uma crueldade contra a vida das mulheres quando buscam sua independência", analisa a psicóloga Lucía Vargas, integrante da Coordinadora de la Mujer.

Desde 2013, a Bolívia possui uma lei específica para combater a violência contra as mulheres, e, desde então, foram registrados 1.085 feminicídios. No entanto, a principal crítica é a falta de orçamento.

Quispe prestou solidariedade à amiga ameaçada de morte pelo marido, "disse a ela para não ter medo, que não a deixaríamos sozinha, e foi assim que vim para essas aulas (de taekwondo), porque nunca se sabe quando a desgraça chega", contou Quispe.

Quando terminam os exercícios físicos no workshop, as participantes se alinham em duas fileiras, formando um túnel, e o atravessam uma a uma.

"Você é linda, é poderosa, é valiosa, é guerreira, você é forte", dizem entre sussurros e tapinhas nas costas ao final do percurso, que termina com um abraço coletivo.

J.Chacko--DT