Dubai Telegraph - 'Filmar tem algo de um ato de amor', diz cineasta espanhola Carla Simón em Cannes

EUR -
AED 4.278799
AFN 77.332466
ALL 96.575617
AMD 445.1876
ANG 2.085576
AOA 1068.388216
ARS 1684.735918
AUD 1.75613
AWG 2.09862
AZN 1.984015
BAM 1.955298
BBD 2.351906
BDT 142.873314
BGN 1.955951
BHD 0.439244
BIF 3450.13256
BMD 1.165091
BND 1.512264
BOB 8.068928
BRL 6.18139
BSD 1.167705
BTN 104.895516
BWP 15.51395
BYN 3.380546
BYR 22835.780461
BZD 2.348507
CAD 1.624445
CDF 2598.152383
CHF 0.935795
CLF 0.027249
CLP 1068.972737
CNY 8.239114
CNH 8.235468
COP 4423.838268
CRC 572.550529
CUC 1.165091
CUP 30.874907
CVE 110.236695
CZK 24.215228
DJF 207.947498
DKK 7.468599
DOP 74.200629
DZD 151.573688
EGP 55.422094
ERN 17.476363
ETB 182.080866
FJD 2.631882
FKP 0.872491
GBP 0.87341
GEL 3.139877
GGP 0.872491
GHS 13.301585
GIP 0.872491
GMD 85.051785
GNF 10146.786517
GTQ 8.944742
GYD 244.307269
HKD 9.07004
HNL 30.745973
HRK 7.537941
HTG 152.955977
HUF 381.927241
IDR 19422.821609
ILS 3.76036
IMP 0.872491
INR 104.791181
IQD 1529.71378
IRR 49079.451231
ISK 149.003201
JEP 0.872491
JMD 187.141145
JOD 0.82607
JPY 180.711448
KES 150.704566
KGS 101.886647
KHR 4676.939601
KMF 491.66861
KPW 1048.573823
KRW 1715.887947
KWD 0.35759
KYD 0.973154
KZT 590.220982
LAK 25331.604319
LBP 104570.198293
LKR 360.448994
LRD 206.107962
LSL 19.822595
LTL 3.44021
LVL 0.704752
LYD 6.347397
MAD 10.774234
MDL 19.862985
MGA 5193.64414
MKD 61.624177
MMK 2446.620372
MNT 4131.997126
MOP 9.362236
MRU 46.266921
MUR 53.675364
MVR 17.954132
MWK 2024.871384
MXN 21.185039
MYR 4.789718
MZN 74.447687
NAD 19.822595
NGN 1690.547045
NIO 42.970442
NOK 11.774198
NPR 167.831186
NZD 2.017279
OMR 0.448002
PAB 1.1678
PEN 3.926892
PGK 4.952877
PHP 68.813177
PKR 329.883811
PLN 4.230421
PYG 8097.955442
QAR 4.268104
RON 5.093784
RSD 117.405001
RUB 89.428762
RWF 1699.056442
SAR 4.372624
SBD 9.581501
SCR 15.83572
SDG 700.739077
SEK 10.962357
SGD 1.508886
SHP 0.87412
SLE 26.796781
SLL 24431.370198
SOS 666.226074
SRD 45.023191
STD 24115.028075
STN 24.494657
SVC 10.21742
SYP 12883.858981
SZL 19.816827
THB 37.09708
TJS 10.731491
TMT 4.077818
TND 3.427635
TOP 2.805259
TRY 49.532165
TTD 7.917001
TWD 36.455959
TZS 2842.8212
UAH 49.235746
UGX 4139.936989
USD 1.165091
UYU 45.74845
UZS 13910.428222
VES 289.625154
VND 30711.794538
VUV 142.222766
WST 3.250779
XAF 655.7858
XAG 0.020016
XAU 0.000276
XCD 3.148716
XCG 2.104569
XDR 0.815587
XOF 655.791427
XPF 119.331742
YER 277.75676
ZAR 19.715959
ZMK 10487.212054
ZMW 26.828226
ZWL 375.158775
'Filmar tem algo de um ato de amor', diz cineasta espanhola Carla Simón em Cannes
'Filmar tem algo de um ato de amor', diz cineasta espanhola Carla Simón em Cannes / foto: Sameer AL-DOUMY - AFP

'Filmar tem algo de um ato de amor', diz cineasta espanhola Carla Simón em Cannes

Com três longas-metragens e um Urso de Ouro do Festival de Berlim no currículo, a espanhola Carla Simón disputa a Palma de Ouro em Cannes com "Romería" (Romaria, em tradução livre), um filme sobre a recuperação da memória e a época da explosão da aids na Espanha.

Tamanho do texto:

A diretora de 38 anos se inspirou na história de sua família para fazer o filme. Seus pais, dependentes químicos de heroína, morreram de aids quando ela era apenas uma criança.

PERGUNTA: Como surgiu a ideia para "Romería"?

RESPOSTA: "Surgiu um pouquinho da frustração que senti ao tentar reconstruir a história dos meus pais e não conseguir fazê-lo de maneira saudável através dos relatos da minha família. Você se dá conta de que a memória, as histórias que têm a ver com essa época dos anos 1980, quando a heroína teve tanto impacto, estiveram um pouco enterradas. É difícil para as pessoas falar sobre elas.

Senti que certamente nunca conseguiria entender exatamente como era. Surgiu de abraçar essa capacidade do cinema de criar as imagens que não existem, incluindo as lembranças que sinto que nunca vão existir".

P: Como é o processo de trabalhar a partir das suas próprias vivências e recordações?

R: "O filme tem muita ficção, mas é verdade que parte das minhas próprias emoções. Para mim, era muito importante que o personagem fizesse essa viagem a partir da curiosidade, não da raiva. Muitas vezes esse filmes sobre a busca pelas próprias raízes são contadas a partir da raiva, porque houve como uma rejeição, uma falta de amor. Eu nunca senti isso, sempre tive amor na minha família adotiva. Por isso, sempre o fiz a partir da curiosidade e de não esperar nada, mas para entender algo sobre meus pais.

Quando se começa com um personagem que não tem um conflito, é um pouco antinarrativo, mas tinha vontade de contar isso a partir da luz e para enfatizar a importância que tem para todos, acredito, entender nossa história familiar e de onde viemos para que possamos criar nossa própria identidade".

P: O que trabalhar com as lembranças traz para você?

R: "Traz, sobretudo, uma conexão muito forte com o que está sendo contado em um nível emocional, que logo é refletido na tela de alguma maneira. Filmar tem algo de um ato de amor, sobretudo filmar pessoas que de alguma maneira te interessam. E como tudo isso tem a ver com a minha família... Essa conexão se transmite também para o espectador.

E é verdade que esses filmes me ajudam a crescer porque me fazem refletir muito sobre meu passado, minha família e poder ver a mesma história a partir de todos os pontos de vista".

P: Também é um retrato daquela época.

R: "Para mim, era muito importante e, de fato, um pouco o motivo também da existência do filme, de me dar conta de que não era só minha história, e sim de muita gente.

Depois da nossa longa ditadura, esse momento de eclosão de liberdade e de transição diplomática, que todos lembramos como uma época feliz, tinha esse lado B, a crise da heroína na Espanha, de como ninguém faz nada para pará-la. E foi devastador na Espanha, ou seja, foi o país com o índice mais alto de aids em toda a Europa.

Isto causou tanta dor nas famílias, essas perdas pelo tabu da heroína e da aids, que de alguma maneira essa memória foi enterrada e ficou como uma coisa de uma geração perdida. É bom recuperá-la porque, de alguma forma, também é uma memória histórica".

P: Com "Romería", você encerra uma trilogia de memórias familiares?

R: "Sinto como um encerramento. Explorei três ramos da minha família e foram explorações muito distintas. Agora tenho vontade de explorar novos mundos porque, afinal, o que o cinema permite também é isso: explorar coisas que de outra maneira não chegaríamos a conhecer nunca".

H.Pradhan--DT