Dubai Telegraph - 'Como uma heroína': a luta diária dos catadores em uma Argentina em crise

EUR -
AED 4.29436
AFN 77.165852
ALL 96.948417
AMD 446.416428
ANG 2.092897
AOA 1072.13834
ARS 1680.831246
AUD 1.750716
AWG 2.104525
AZN 1.990319
BAM 1.96529
BBD 2.354861
BDT 142.869866
BGN 1.95964
BHD 0.440802
BIF 3466.6203
BMD 1.169181
BND 1.515618
BOB 8.079011
BRL 6.398228
BSD 1.16914
BTN 105.112098
BWP 15.574202
BYN 3.3964
BYR 22915.938574
BZD 2.351454
CAD 1.613206
CDF 2608.441878
CHF 0.935362
CLF 0.027533
CLP 1080.124004
CNY 8.259792
CNH 8.254286
COP 4486.262648
CRC 575.679744
CUC 1.169181
CUP 30.983284
CVE 110.718017
CZK 24.241497
DJF 207.786858
DKK 7.469053
DOP 74.945824
DZD 151.915115
EGP 55.611487
ERN 17.537708
ETB 181.514847
FJD 2.660472
FKP 0.877945
GBP 0.873659
GEL 3.14501
GGP 0.877945
GHS 13.457009
GIP 0.877945
GMD 85.938047
GNF 10161.347949
GTQ 8.950217
GYD 244.611137
HKD 9.096675
HNL 30.690907
HRK 7.532915
HTG 153.098602
HUF 382.859272
IDR 19464.517622
ILS 3.784936
IMP 0.877945
INR 105.004573
IQD 1531.626507
IRR 49251.730311
ISK 148.62639
JEP 0.877945
JMD 187.485297
JOD 0.828926
JPY 182.34832
KES 151.047842
KGS 102.245085
KHR 4688.414369
KMF 493.394366
KPW 1052.258611
KRW 1713.457616
KWD 0.358681
KYD 0.974305
KZT 606.154302
LAK 25347.834516
LBP 104758.576347
LKR 361.043345
LRD 206.974187
LSL 19.946077
LTL 3.452286
LVL 0.707225
LYD 6.354467
MAD 10.818456
MDL 19.905114
MGA 5255.466866
MKD 61.531345
MMK 2455.9198
MNT 4149.837873
MOP 9.37115
MRU 46.580156
MUR 53.957789
MVR 18.007106
MWK 2030.282151
MXN 21.239229
MYR 4.814709
MZN 74.72212
NAD 19.945874
NGN 1698.749352
NIO 42.979253
NOK 11.799639
NPR 168.180079
NZD 2.010642
OMR 0.44955
PAB 1.169145
PEN 3.931937
PGK 4.968429
PHP 69.085125
PKR 327.779727
PLN 4.225921
PYG 7966.467117
QAR 4.257108
RON 5.091546
RSD 117.452358
RUB 91.488789
RWF 1697.650143
SAR 4.387359
SBD 9.623048
SCR 15.496561
SDG 703.257981
SEK 10.835755
SGD 1.511224
SHP 0.877188
SLE 28.176642
SLL 24517.129148
SOS 668.184767
SRD 45.15023
STD 24199.676602
STN 24.962005
SVC 10.230399
SYP 12927.440665
SZL 19.945779
THB 37.144426
TJS 10.814821
TMT 4.103824
TND 3.430084
TOP 2.815106
TRY 49.799591
TTD 7.928283
TWD 36.342804
TZS 2866.3794
UAH 49.496802
UGX 4174.137512
USD 1.169181
UYU 45.821254
UZS 14041.858444
VES 301.188255
VND 30816.09148
VUV 142.547343
WST 3.259452
XAF 659.139742
XAG 0.01894
XAU 0.000277
XCD 3.159769
XCG 2.107166
XDR 0.820252
XOF 658.248776
XPF 119.331742
YER 278.878827
ZAR 19.788252
ZMK 10524.026064
ZMW 27.189287
ZWL 376.475657
'Como uma heroína': a luta diária dos catadores em uma Argentina em crise
'Como uma heroína': a luta diária dos catadores em uma Argentina em crise / foto: JUAN MABROMATA - AFP

'Como uma heroína': a luta diária dos catadores em uma Argentina em crise

Com passos rápidos e firmes, Ayelen Torres percorre as ruas de La Matanza, onde, junto com sua amiga Sabrina Sosa, coleta papelão e plásticos que habilmente empilha e compacta em um carrinho. Esses resíduos são o tesouro com o qual elas alimentam seus filhos.

Tamanho do texto:

A pobreza afeta 40% dos argentinos e é um tema central na campanha para as eleições presidenciais de domingo em um dos países mais ricos do mundo há um século, que hoje sofre com uma inflação anual de quase 140%.

"Eu me sinto como uma heroína. É preciso ter força e coragem para se dedicar a isso", afirma Ayelen, de 25 anos e mãe de duas meninas, que sempre viveu em La Matanza, um dos centros de votação mais cobiçados da Argentina, com um milhão de eleitores.

Sobre as eleições - disputadas no primeiro turno entre o libertário de extrema-direita Javier Milei, o ministro da Economia peronista Sergio Massa e a conservadora Patricia Bullrich - ela não tem grandes expectativas.

"Seja lá quem vença, ainda vou ter que me levantar às seis da manhã para catar papelão", diz.

Em algumas horas, as duas mulheres vestidas com camisetas ou coletes azul-marinho que as identificam como parte da cooperativa coletaram 76 quilos de materiais que agora serão classificados no centro de reciclagem de La Matanza.

Em um bom dia, podem dobrar essa quantidade, assim como o pagamento que as ajuda a enfrentar a grave crise econômica da Argentina.

"O papelão é nosso pão de cada dia", diz Sabrina, de 29 anos, mãe de um menino de 7 que ela cria sozinha. Está grávida de três meses e pretende continuar trabalhando na cooperativa Construyendo, da qual faz parte há quase três anos.

Anteriormente, trabalhou em uma pizzaria, como vendedora em uma feira e também como babá. Nunca teve um contrato formal.

- “Trabalho digno” -

Cerca de 120 pessoas trabalham em turnos na organização, que também possui uma creche infantil a poucas quadras dali.

Ayelen e Sabrina vão à planta cinco dias por semana para classificar e embalar. Recebem um pagamento equivalente à metade do salário mínimo através de um auxílio do Ministério do Desenvolvimento Social. A cooperativa fornece a elas os equipamentos.

"Este trabalho estabilizou minha renda. É a primeira vez que tenho um trabalho reconhecido. É um trabalho digno", explica Ayelen, que era vendedora ambulante e agora se sente feliz por ser um exemplo para suas filhas.

O material reciclável que coletam nas ruas mais movimentadas de La Matanza é vendido à própria cooperativa por peso.

Os "cartoneros", como são conhecidos os catadores de materiais recicláveis na Argentina, surgiram em 2001, quando o país enfrentou a pior crise econômica, social e política de sua história recente.

Depois, em 2020 e 2021, durante a pandemia, muitos mais se juntaram a eles. "Muitos que tinham empregos garantidos perderam tudo, perderam direitos e muitas coisas", lembra Santiago Brítez, catador desde o início dos anos 2000 e agora responsável pelo centro de reciclagem de La Matanza.

Em todo o país, eles são mais de 150 mil, de acordo com a Federação de Catadores, Carroceiros e Recicladores.

Jackie Flores, subsecretária de Meio Ambiente da província de Buenos Aires, reconhece que naquele momento "apareceram famílias inteiras nos lixões a céu aberto, crianças em busca de comida". "É um desafio enorme", diz.

G.Gopinath--DT