Dubai Telegraph - Entre disputas de poder, Bolívia se afunda no caos

EUR -
AED 4.332899
AFN 77.275648
ALL 96.686263
AMD 450.161403
ANG 2.112358
AOA 1081.897665
ARS 1711.339984
AUD 1.760355
AWG 2.123976
AZN 2.007162
BAM 1.955556
BBD 2.375493
BDT 144.120782
BGN 1.956612
BHD 0.444865
BIF 3492.275111
BMD 1.179823
BND 1.515511
BOB 8.179048
BRL 6.51345
BSD 1.179448
BTN 105.788687
BWP 15.524061
BYN 3.421973
BYR 23124.524384
BZD 2.372124
CAD 1.614658
CDF 2595.610282
CHF 0.928792
CLF 0.027302
CLP 1071.066937
CNY 8.292387
CNH 8.280355
COP 4431.508344
CRC 583.237057
CUC 1.179823
CUP 31.265301
CVE 110.962338
CZK 24.30417
DJF 209.678513
DKK 7.469676
DOP 73.886383
DZD 152.968707
EGP 56.011377
ERN 17.69734
ETB 183.217946
FJD 2.677256
FKP 0.876763
GBP 0.87301
GEL 3.167881
GGP 0.876763
GHS 13.550258
GIP 0.876763
GMD 87.894554
GNF 10309.87058
GTQ 9.035872
GYD 246.751279
HKD 9.175965
HNL 31.100339
HRK 7.536234
HTG 154.56201
HUF 390.525433
IDR 19752.532194
ILS 3.759128
IMP 0.876763
INR 105.563867
IQD 1545.567701
IRR 49700.029855
ISK 147.996725
JEP 0.876763
JMD 188.606448
JOD 0.836517
JPY 184.061782
KES 152.092713
KGS 103.175679
KHR 4731.089096
KMF 493.165741
KPW 1061.794403
KRW 1738.810595
KWD 0.362253
KYD 0.982877
KZT 600.810068
LAK 25519.564217
LBP 105361.504251
LKR 365.102861
LRD 209.649859
LSL 19.690998
LTL 3.48371
LVL 0.713663
LYD 6.400545
MAD 10.770306
MDL 19.849521
MGA 5379.991765
MKD 61.57045
MMK 2477.445064
MNT 4192.393361
MOP 9.4489
MRU 46.933533
MUR 54.236734
MVR 18.228361
MWK 2049.35221
MXN 21.122826
MYR 4.794779
MZN 75.40248
NAD 19.691603
NGN 1723.425961
NIO 43.12274
NOK 11.832725
NPR 169.262298
NZD 2.019054
OMR 0.453643
PAB 1.179463
PEN 3.969515
PGK 5.0172
PHP 69.426705
PKR 330.526898
PLN 4.222013
PYG 8035.996525
QAR 4.295747
RON 5.090701
RSD 117.41128
RUB 92.028098
RWF 1713.102521
SAR 4.425052
SBD 9.619556
SCR 17.071754
SDG 709.670433
SEK 10.811783
SGD 1.514721
SHP 0.885173
SLE 28.404275
SLL 24740.295858
SOS 674.227148
SRD 45.210519
STD 24419.947271
STN 25.071232
SVC 10.319711
SYP 13045.175917
SZL 19.691097
THB 36.704247
TJS 10.850837
TMT 4.141178
TND 3.404376
TOP 2.84073
TRY 50.553437
TTD 8.023066
TWD 37.169839
TZS 2916.195985
UAH 49.663798
UGX 4261.485918
USD 1.179823
UYU 46.064248
UZS 14216.863469
VES 339.893739
VND 31065.910794
VUV 143.397352
WST 3.284608
XAF 655.875099
XAG 0.016434
XAU 0.000262
XCD 3.18853
XCG 2.125653
XDR 0.817374
XOF 656.572986
XPF 119.331742
YER 281.328933
ZAR 19.684398
ZMK 10619.81597
ZMW 26.654897
ZWL 379.902419
Entre disputas de poder, Bolívia se afunda no caos
Entre disputas de poder, Bolívia se afunda no caos / foto: AIZAR RALDES - AFP

Entre disputas de poder, Bolívia se afunda no caos

Margarita Ávila, uma comerciante de 66 anos, observa com resignação as barracas fechadas dos seus colegas em um mercado em La Paz. "Tivemos anos lindos (...). Sabíamos o quanto íamos ganhar, o quanto íamos investir", lembra.

Tamanho do texto:

Agora, a escassez de dólares, o clima de protestos e o descrédito das autoridades mergulharam a Bolívia em uma incerteza contínua.

"Não sei mais dos dólares. Não há o que economizar. Tudo é para o dia a dia", reclama Ávila diante de seus produtos não vendidos. "Perdi capital. As coisas sobem de preço da noite para o dia. E como estão brigando, não se importam mais conosco", afirma, aludindo às disputas entre o ex-presidente Evo Morales e seu sucessor, o presidente Luis Arce.

Há mais de um ano, Morales trava uma batalha pelo controle da esquerda com Arce, seu ex-ministro da Economia, a quem acusa de querer "bani-lo" da corrida presidencial de 2025 usando o sistema judicial.

Ambos pertencem ao partido governista Movimento ao Socialismo (MAS), que agora está dividido entre "evistas" e "arcistas".

"É uma crise múltipla (…). Provavelmente a maior delas é a crise política, que aprofundou todas as outras", diz Daniel Valverde, professor de Ciências Políticas da Universidade Gabriel René Moreno da Bolívia.

Na quinta-feira, La Paz tornou-se palco de uma manifestação na qual vários milhares de comerciantes, motoristas, artesãos, profissionais da saúde, trabalhadores têxteis, donas de casa e moradores exigiram que o governo fornecesse uma solução para a crise econômica e instaram-no a tomar medidas dentro de um prazo de 15 dias.

- Gerar "repúdio" -

Em plena crise, o Ministério Público anunciou uma investigação contra Morales, que governou a Bolívia entre 2006 e 2019, pelos supostos abusos de uma menor com quem teria tido uma filha durante o seu mandato.

O caso teve altos e baixos. O Ministério Público emitiu um mandado de prisão que foi anulado e depois anunciou outro que nunca se concretizou. Na semana passada, a procuradora responsável disse ter "algumas pistas", sem especificar quais, e que iria "dar uma surpresa".

Apoiadores do líder cocaleiro bloquearam importantes estradas do país durante 23 dias para exigir o fim da "perseguição judicial". Embora a crise econômica já estivesse em curso, os bloqueios dispararam ainda mais a inflação e a escassez de combustíveis.

Independentemente de os fatos relatados serem verdadeiros ou não, a forma como o caso Morales é tratado "faz parte da instrumentalização da justiça", explica Valverde. "Mais do que processá-lo ou prendê-lo, acho que desejam expô-lo para gerar maior condenação à sua figura. E estão conseguindo", afirma.

Nos últimos dias, o Tribunal Constitucional também fechou o caminho para Morales concorrer a uma nova candidatura, limitando a dois o número máximo de reeleições possíveis.

"É a cultura política boliviana, na qual as instituições funcionam em função dos interesses políticos", explica Ana Lucía Velasco, cientista política que pesquisa a polarização na Bolívia.

"É uma desinstitucionalização aberta e cínica (...). A novidade é que agora algumas instituições respondem aos interesses" de uma facção do MAS, enquanto outras obedecem ao outro lado do partido, afirma.

- Eleições judiciais -

A população desconfia do sistema de justiça. A Bolívia foi o primeiro país do mundo a eleger as suas autoridades judiciais máximas por voto popular, sob o argumento de favorecer a imparcialidade.

Em 2011, na primeira eleição, 60% puniu a medida com voto nulo.

As próximas eleições judiciais serão em 15 de dezembro. O Tribunal Constitucional suspendeu as eleições em cinco dos nove departamentos da Bolívia porque as candidaturas foram contestadas, o que reacende a desconfiança no sistema.

De acordo com o World Justice Project, a Bolívia ocupa a 131ª posição entre 142 países analisados em termos de aplicação da lei.

Os aspirantes a juízes passam por um filtro inicial do Parlamento, processo que "é muito propício para que o Legislativo apresente candidatos em uma pré-seleção que obedece a interesses partidários", observa Gustavo Flores-Macías, pesquisador da Universidade Cornell.

Uma nova composição dos tribunais superiores poderia reverter as decisões que hoje afetam Morales.

I.Mansoor--DT