Dubai Telegraph - Lama, dor e destruição em Paiporta, cidade espanhola arrasada pelas inundações

EUR -
AED 4.330065
AFN 77.919884
ALL 96.476042
AMD 449.426362
ANG 2.110975
AOA 1081.189112
ARS 1710.248463
AUD 1.756844
AWG 2.122585
AZN 1.998602
BAM 1.95329
BBD 2.372751
BDT 143.955038
BGN 1.954635
BHD 0.444664
BIF 3475.834041
BMD 1.17905
BND 1.513755
BOB 8.169503
BRL 6.508006
BSD 1.178086
BTN 105.66613
BWP 15.506077
BYN 3.417762
BYR 23109.381687
BZD 2.369356
CAD 1.611897
CDF 2593.910466
CHF 0.927594
CLF 0.027204
CLP 1067.156584
CNY 8.286952
CNH 8.262689
COP 4428.547495
CRC 582.551503
CUC 1.17905
CUP 31.244827
CVE 110.12444
CZK 24.282544
DJF 209.780462
DKK 7.469306
DOP 73.515543
DZD 152.987593
EGP 56.114062
ERN 17.685751
ETB 183.544171
FJD 2.675502
FKP 0.874329
GBP 0.872644
GEL 3.165782
GGP 0.874329
GHS 13.341858
GIP 0.874329
GMD 87.853325
GNF 10295.771378
GTQ 9.02548
GYD 246.463329
HKD 9.168736
HNL 31.053101
HRK 7.532838
HTG 154.382295
HUF 389.943115
IDR 19747.968844
ILS 3.757025
IMP 0.874329
INR 105.828411
IQD 1543.217182
IRR 49667.484687
ISK 147.99414
JEP 0.874329
JMD 188.387948
JOD 0.835956
JPY 183.822174
KES 151.972376
KGS 103.107976
KHR 4720.934262
KMF 492.842688
KPW 1061.165957
KRW 1708.420009
KWD 0.362181
KYD 0.981739
KZT 600.108944
LAK 25517.374158
LBP 105487.758216
LKR 364.681436
LRD 208.513857
LSL 19.663817
LTL 3.481429
LVL 0.713196
LYD 6.374809
MAD 10.744894
MDL 19.825098
MGA 5379.088626
MKD 61.532218
MMK 2475.803359
MNT 4191.700992
MOP 9.437874
MRU 46.980636
MUR 54.20089
MVR 18.216462
MWK 2042.77532
MXN 21.10344
MYR 4.769272
MZN 75.353104
NAD 19.665233
NGN 1712.134419
NIO 43.354296
NOK 11.788791
NPR 169.064775
NZD 2.017933
OMR 0.45334
PAB 1.178086
PEN 3.965305
PGK 5.085466
PHP 69.250317
PKR 330.004491
PLN 4.215287
PYG 8026.686834
QAR 4.305904
RON 5.088421
RSD 117.393286
RUB 92.265407
RWF 1715.895315
SAR 4.422507
SBD 9.613257
SCR 16.39144
SDG 709.196322
SEK 10.80105
SGD 1.513694
SHP 0.884593
SLE 28.385649
SLL 24724.095101
SOS 672.036527
SRD 45.180672
STD 24403.956289
STN 24.468561
SVC 10.307756
SYP 13036.614366
SZL 19.662736
THB 36.586033
TJS 10.838266
TMT 4.138466
TND 3.437912
TOP 2.83887
TRY 50.522202
TTD 8.013704
TWD 37.038091
TZS 2920.73935
UAH 49.606263
UGX 4256.530955
USD 1.17905
UYU 46.011272
UZS 14201.752741
VES 339.671166
VND 31023.75539
VUV 142.830768
WST 3.287923
XAF 655.115269
XAG 0.016302
XAU 0.000262
XCD 3.186442
XCG 2.123172
XDR 0.814753
XOF 655.115269
XPF 119.331742
YER 281.144728
ZAR 19.62217
ZMK 10612.861469
ZMW 26.623792
ZWL 379.653647
Lama, dor e destruição em Paiporta, cidade espanhola arrasada pelas inundações
Lama, dor e destruição em Paiporta, cidade espanhola arrasada pelas inundações / foto: Manaure Quintero - AFP

Lama, dor e destruição em Paiporta, cidade espanhola arrasada pelas inundações

A terça-feira estava sendo um dia desagradável em Paiporta,mas sem chuva. Ninguém imaginava que uma mortífera onda de água marrom se dirigia ao local, deixando dezenas de mortos nesta cidade espanhola próxima a Valência e agora devastada pela lama.

Tamanho do texto:

"Estamos arrasados", desabafa com a voz embargada Pepi Guerrero, uma moradora de Paiporta que estava na fila para receber um pouco de água.

Em uma rua onde os veículos permanecem empilhados como foram deixados pela correnteza e onde a lama cobre os sapatos, essa funcionária de limpeza de 53 anos lembra como escapou por pouco da inundação que afogou dezenas de vizinhos desta cidade de cerca de 25.000 habitantes ao sul de Valência.

"Eu tinha acabado de sair do trabalho e quando cheguei aqui a água já estava na metade da rua. Tivemos tempo de subir para casa", lembra entre lágrimas. "Vim de metrô, mas o metrô já não existe mais."

Os trilhos da ferrovia, que agora pendem de uma das pontes que atravessam Paiporta, são uma das numerosas estruturas destruídas pelo furioso fluxo de água marrom que descia pelo desfiladeiro que atravessa esta localidade na costa do Mediterrâneo, transformada nas últimas décadas em uma cidade dormitório da próspera Valência.

Em ambos os lados do desfiladeiro, a lama devastou as ruas, desenhando a rota de destruição que seguiu o fluxo.

"Em meia hora tudo aconteceu", lembra com a voz trêmula Julián Loras, um aposentado de 60 anos. O desastre quase o pegou enquanto passeava com o cachorro.

"Se meu filho não me chamasse, eu teria sido pego", explica, lamentando que não foram lançados mais alertas avisando sobre o perigo.

Com uma grande vassoura na mão, Julián tenta afastar a lama que destruiu veículos e comércios desta rua, por onde horas antes tinha visto os carros "voando" sobre a água.

"Muita gente morreu", afirma, baixando o olhar. "Todos os porões se encheram de água. Muitas pessoas ficaram nervosas, foram tirar o carro e acabaram pegas", explica, temendo que apareçam novas vítimas.

- Em um segundo -

Paiporta é um dos epicentros dessa tragédia que atravessou a província de Valência, onde já há quase uma centena de mortos. Sem vestígios daquela tempestade que trouxe o desastre, o sol brilha intensamente nesta quinta-feira, tornando ainda mais intenso o marrom da lama.

Em frente ao desfiladeiro, a poucos metros da rua comercial que leva ao coração tradicional da cidade, Manuel Císcar e sua filha tentam abrir um caminho até sua casa. Dentro, na garagem, estão os três carros da família convertidos em uma pirâmide de destroços.

As marcas marrons da água, a quase dois metros, sobressaem na parede branca, lembrando o desastre que quase os levou.

"Estávamos aqui embaixo para colocar algumas tampas, mas em um momento a água estourou a porta e em um segundo tínhamos água na cintura", afirma este aposentado de 76 anos com os olhos claros embaçados.

Após toda uma vida vivendo e trabalhando em Paiporta, desde terça-feira não para de perder conhecidos, como o casal de idosos que morreu preso em uma das casas baixas que ficam no início da rua.

"Hoje fiquei sabendo de mais dois falecidos", conta emocionado sobre essa tragédia.

- "Ninguém avisou" -

Na rua de pedestres, não resta nenhum comércio ileso. Persianas amassadas, sofás de uma clínica dental virados para a rua, lojas destruídas. Com paus, vassouras e baldes, os moradores tentam abrir caminho entre o lamaçal enquanto outro forte apito impacta todos os celulares.

É um aviso da proteção civil, como o que soou tardiamente na terça-feira, para lembrar à população que não deve se deslocar por estrada para dar prioridade às equipes de emergência.

Mas muitos em Paiporta sentem que o dia em que ainda podiam fazer algo, aquele alerta soou tarde demais.

"Ninguém avisou nada", lamenta Joaquín Rigón, antes de se dirigir à casa de alguns conhecidos dos quais não tem notícias. "Quando começamos a receber notificações, a água já estava aqui", lamenta, apontando para a cintura.

Na entrada da cidade, empurrando com sua mãe um carrinho cheio de comida que acabou de comprar em um dos poucos comércios abertos, localizado em um distante polígono industrial, Xisco Martínez ainda não acredita no estrago. "Aqui não caía água, estávamos com a guarda baixa", lamenta.

R.El-Zarouni--DT