Dubai Telegraph - Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile

EUR -
AED 4.315163
AFN 77.725895
ALL 96.43291
AMD 448.42053
ANG 2.103709
AOA 1077.467594
ARS 1690.01099
AUD 1.769939
AWG 2.117923
AZN 1.999871
BAM 1.955453
BBD 2.365881
BDT 143.554559
BGN 1.95541
BHD 0.442997
BIF 3469.97028
BMD 1.174992
BND 1.514425
BOB 8.146556
BRL 6.363054
BSD 1.174692
BTN 106.551719
BWP 15.514251
BYN 3.435291
BYR 23029.838609
BZD 2.362481
CAD 1.618663
CDF 2643.73129
CHF 0.935882
CLF 0.027386
CLP 1074.329983
CNY 8.280461
CNH 8.26857
COP 4486.118562
CRC 587.595865
CUC 1.174992
CUP 31.137282
CVE 110.245462
CZK 24.315047
DJF 209.182928
DKK 7.470568
DOP 74.616776
DZD 152.31646
EGP 55.708242
ERN 17.624876
ETB 182.828499
FJD 2.707475
FKP 0.878183
GBP 0.877084
GEL 3.166581
GGP 0.878183
GHS 13.508606
GIP 0.878183
GMD 86.365323
GNF 10215.146184
GTQ 8.998405
GYD 245.756447
HKD 9.139621
HNL 30.941516
HRK 7.528524
HTG 153.912068
HUF 384.761044
IDR 19600.80139
ILS 3.778544
IMP 0.878183
INR 106.933475
IQD 1538.833833
IRR 49478.903312
ISK 148.201658
JEP 0.878183
JMD 187.726731
JOD 0.833039
JPY 181.960993
KES 151.459077
KGS 102.753241
KHR 4700.14703
KMF 493.496263
KPW 1057.492883
KRW 1734.264361
KWD 0.360251
KYD 0.978931
KZT 605.875204
LAK 25454.488908
LBP 105211.210708
LKR 363.21563
LRD 207.359723
LSL 19.708907
LTL 3.469446
LVL 0.710742
LYD 6.367871
MAD 10.782289
MDL 19.828486
MGA 5236.072054
MKD 61.51478
MMK 2467.207805
MNT 4167.510126
MOP 9.416571
MRU 46.727719
MUR 53.956056
MVR 18.095668
MWK 2036.93901
MXN 21.110492
MYR 4.802778
MZN 75.081179
NAD 19.708991
NGN 1705.817812
NIO 43.232154
NOK 11.95493
NPR 170.460791
NZD 2.030521
OMR 0.451765
PAB 1.174692
PEN 3.955716
PGK 4.992094
PHP 68.957889
PKR 329.203858
PLN 4.222862
PYG 7889.60179
QAR 4.281241
RON 5.09112
RSD 117.375801
RUB 93.235182
RWF 1710.296898
SAR 4.408618
SBD 9.587985
SCR 15.872309
SDG 706.758342
SEK 10.930608
SGD 1.515828
SHP 0.881548
SLE 28.258416
SLL 24638.994138
SOS 670.181229
SRD 45.366098
STD 24319.957253
STN 24.495555
SVC 10.278222
SYP 12993.612358
SZL 19.712507
THB 37.023673
TJS 10.802565
TMT 4.112471
TND 3.435391
TOP 2.829099
TRY 50.189184
TTD 7.972587
TWD 36.962298
TZS 2902.229785
UAH 49.651901
UGX 4184.258458
USD 1.174992
UYU 46.037718
UZS 14211.541879
VES 314.239504
VND 30951.633094
VUV 142.716636
WST 3.26567
XAF 655.840771
XAG 0.018612
XAU 0.000274
XCD 3.175474
XCG 2.117034
XDR 0.815655
XOF 655.840771
XPF 119.331742
YER 280.17686
ZAR 19.744917
ZMK 10576.339012
ZMW 27.223175
ZWL 378.346869
Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile
Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile / foto: RODRIGO ARANGUA - AFP

Pedaço de trilho é um dos vestígios dos 'voos da morte' durante ditadura no Chile

Atados a pedaços de ferro, os corpos eram lançados ao mar nos chamados "voos da morte". Um trilho oxidado, coberto com vestígios de moluscos, é o que resta das raras provas desta prática da ditadura de Augusto Pinochet para sumir com os opositores no Chile.

Tamanho do texto:

O pedaço de metal de cerca de 110 centímetros, que foi recuperado do fundo do mar chileno, é exibido desde a semana passada no Museu da Memória em Santiago, dedicado às vítimas do regime militar (1973-1990).

Os pesquisadores acreditam que o trilho foi amarrado ao corpo de uma das pessoas executadas por homens de Pinochet, que morreu em 2006 sem ser julgado pelas graves violações de direitos humanos cometidas em seu regime.

"É um prova material, palpável e comovente de uma política de extermínio", disse à AFP María Luisa Ortiz, diretora do departamento de coleções e investigação do Museu da Memória e Direitos Humanos.

A ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 vítimas, entre mortos e prisioneiros desaparecidos. O paradeiro de 1.162 dessas pessoas ainda é desconhecido.

O trilho está dentro de uma vitrine, no setor de 'Descobertas' do museu, junto com um pedaço de corda manchado com ferrugem e um parafuso de 13 centímetros.

- O 'sopro' de um militar -

Os três elementos foram encontrados por mergulhadores da polícia em frente a uma praia na localidade de Caldera, 870 km ao norte de Santiago, em junho de 2013, graças a uma denúncia confidencial de um militar. Tudo isso no marco da investigação judicial da chamado Caravana da morte, um dos casos mais emblemáticos dos crimes cometidos pela ditadura.

Dias depois do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973), uma comitiva militar encabeçada pelo general Sergio Arellano sobrevoou de helicóptero várias cidades do país para executar partidários de Allende que haviam sido detidos.

A operação, entre setembro e outubro de 1973, terminou com o assassinato ou desaparecimento forçado de 93 prisioneiros políticos. Por estes casos, a Justiça processou 48 militares, incluindo Pinochet e Arellano (que foram absolvidos por seu estado de saúde), e condenou 27 militares aposentados.

Até o momento, não se sabe ainda a qual caso estão vinculados o trilho, a corda e o parafuso, já que são parte do "caderno reservado" da investigação.

"Um trilho ferroviário não chega ao mar sozinho. Alguém o lançou com um objetivo. A peça fala por si", assegura Ortiz.

O laudo pericial indica que esta evidência está relacionada ao "episódio Copiapó", do caso Caravana da morte.

Em Copiapó, a 77 km de Caldera, a delegação liderada pelo general Arellano executou 13 prisioneiros que foram sepultados no cemitério da cidade. Outros três, de paradeiro desconhecido, podem ter sido lançados ao mar.

- Dois enterros e um lançamento ao mar -

No entanto, a Justiça descarta que estejam relacionados ao ocorrido em Calama, a cerca de 1.500 km de Santiago. Lá, a operação de Arellano, designado por Pinochet como seu "delegado", assassinou 26 pessoas. Todos os corpos foram sepultados no deserto.

Porém, mais de um ano depois, quando os familiares começaram a perguntar pelos prisioneiros, os cadáveres foram desenterrados por militares e levados a outro setor, a um quilômetro de distância, onde voltaram a ser enterrados.

Quinze dias depois, os restos mortais de cinco das vítimas foram desenterrados novamente, e desta vez, envoltos em sacos, colocados em um avião e lançados ao mar, segundo a investigação judicial.

O pedaço de trilho ferroviário, o parafuso metálico e a corda chegaram até o Museu da Memória por determinação do juiz Mario Carroza, coordenador nacional dos casos de violações ao direitos humanos e membro da Suprema Corte.

Estes vestígios são "algo histórico, algo significativo, importante como símbolo e por isso foram entregues" ao museu, explica Carroza à AFP.

I.El-Hammady--DT